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Por: Gutemberg Stolze
11/06/2020 - 10:51:43

 

 

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu, por unanimidade em votação, abrir o processo de impeachment contra o governador Wilson Witel (PSC) nesta quarta-feira (10). A decisão não o afasta do cargo. 

 

 

 

O anúncio foi feito por volta de 17h35 pelo presidente da Casa, André Ceciliano (PT), a quem cabia acolher o pedido ou não. Antes, entretanto, ele colocou a decisão para uma votação simbólica no plenário. O pleito foi unânime com 69 votos favoráveis. Rosenverg Reis (MDB) se ausentou.

 

 

"Quero tomar uma decisão conjunta e essa decisão não significa um pré-julgamento. A gente precisa dar uma posição pra sociedade. Poderia, monocraticamente, aceitar um desses pedidos, mas quero fazer encaminhamento aqui para que eu possa, como presidente, dar seguimento a um dos processos", disse Ceciliano.

 

 

Em nota, Witzel disse que recebeu a notícia com "espírito democrático e resiliência". Ele disse que terá direito à ampla defesa e que vai provar inocência, mantendo as funções como governador.

 

 

 

"Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados".

 

O que diz o pedido de impeachment

 

O pedido de impeachment aceito foi o dos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que acusam Witzel de crime de responsabilidade. Outros 13 foram arquivados. Os tucanos enumeram as seguintes suspeitas:

 

  • Compra de respiradores no combate ao coronavírus com suspeita de superfaturamento

 

  • Construção dos hospitais de campanha, cuja licitação é investigada

 

  • Suposto vínculo de Witzel com o empresário Mário Peixoto

 

  • Parecer do TCE pela rejeição das contas de 2019 do governo Witzel

 

  • Revogação da desqualificação da OS Unir Saúde, que seria ligada ao empresário Mário Peixoto e está sob suspeita do Ministério Público Federal

 

Placar elástico e supostos dossiês

 

Nos bastidores, a decisão de submeter o pedido de impeachment ao plenário foi vista como uma forma de mostrar a fragilidade do governador, com previsão de uma "derrota por goleada" no pleito.

 

 

 

Até o líder do PSC, partido de Witzel, e o ex-líder do governo defenderam a abertura do processo. Ninguém votou a favor do governador. A reportagem apurou que a decisão de abrir ou não o processo estava prevista para a segunda metade de junho, mas os boatos sobre supostos dossiês contra deputados apressaram a Casa.

 

 

 

As suspeitas dos dossiês surgiram contra o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão. Ceciliano disse que ouviu do então secretário sobre a existência dos documentos.

 

 

 

Após a Operação Placebo, que investiga suspeitas de desvios na construção de hospitais de campanha e citou "provável envolvimento da cúpula do Poder Executivo no esquema", Witzel demitiu Tristão em aceno à Alerj, preocupado com a possível votação do impeachment.

 

 

 

A medida acalmou os deputados, mas por pouco tempo até que os boatos sobre os dossiês voltassem aos ouvidos dos parlamentares.

 

Passos do impeachment

 

  • Alerj decide pela abertura do processo de impeachment

 

  • Abertura deve ser publicada em Diário Oficial em até 48 horas

 

  • Partidos indicam representantes para Comissão Especial que analisará se denúncia deve ser aceita

 

  • Witzel têm até 10 sessões para se defender

 

  • Após indicações, Comissão Especial tem 48 horas para se reunir, escolhendo relator e presidente

 

  • Comissão Especial emite parecer sobre admissibilidade da denúncia em até 5 sessões a partir do recebimento da defesa (se a defesa não se manifestar, o parecer deve ser emitido no prazo de 10 sessões)

 

  • Parecer da Comissão Especial é lido no plenário e incluído na votação da ordem do dia

 

  • Deputados discutem e questionam o relator, que responde as perguntas. Discussão pode durar mais de um dia

 

  • Encerrada a discussão, é aberta votação nominal

 

  • Deputados votam se recebem a denúncia, por maioria absoluta (são necessários 36 votos)

 

  • Se aprovada, Witzel é afastado e o Tribunal de Justiça forma um tribunal misto (juízes e deputados) para decidir

 

 

Fonte: G1

Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com

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