Carlos Ghosn, o presidente do conselho da Nissan preso nesta segunda-feira (19), é acusado de sonegação e fraude fiscal. Mas o que e quanto exatamente Ghosn teria escondido das autoridades japonesas?
“Tanto Ghosn quanto Kelly estavam divulgando ganhos na bolsa de Tóquio muito menores do que os valores reais, e isso era feito para reduzir o montante que Ghosn deveria declarar como compensação”, escreveu a Nissan em nota.
No ano passado, a compensação do executivo foi de 735 milhões de ienes, o que dá R$ 24,6 milhões. Em 2017 ele também recebeu uma compensação de 227 milhões de ienes da Mitsubishi (R$ 7,75 milhões), além de um salário de 7,4 milhões de euros na Renault (R$ 31,9 milhões).
Em uma entrevista ao jornal britânico “Financial Times” ele defendeu o alto nível de pagamento que recebia. “O pagamento recebe mais escrutínio hoje do que no passado. Eu passo muito por isso… E há muitas questões sobre o que você está fazendo pela sociedade”, disse. “Mas isso não quer dizer menos demanda por performance. Executivos ainda precisam entregar a cartilha — crescimento, lucro, fluxo de caixa”.
O executivo ficou conhecido por ser um raro nome ocidental a liderar uma empresa japonesa e também por um voraz corte de gastos enquanto chefiava a Nissan. Suas medidas ajudaram a empresa a superar uma crise e se tornar uma das maiores e mais sólidas montadores de carros do mundo, disputando a primeira posição com a alemã Volkswagen.
Além de presidir o conselho da Nissan, Ghosn estava à frente da Renault e da entre as duas montadoras e a Mitsusbishi, comprada pela Nissan em 2016. Após a divulgação de sua prisão, as ações da Renault na bolsa de Paris fecharam em baixa de 8,4%. Papeis da Nissan na bolsa de Frankfurt, na Alemanha, caíam mais de 6% no início da tarde desta segunda. O mercado de Tóquio estava fechado quando a notícia foi divulgada.
Fonte: G1
Por - Gutemberg Stolze / Imprensananet.com