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Por: Gutemberg Stolze
27/05/2013 - 19:25:41

Cerca de 150 indígenas de várias etnias voltaram a ocupar, na madrugada desta segunda (27), o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do Xingu, na região sudoeste do Pará e afirmaram que desta vez nenhuma liminar ou decisão judicial os retira do local. A reivindicação é a mesma daúltima ocupação de oito dias, iniciada em 2 de maio: eles querem a consulta prévia dos impactos ambientais que serão provocados pela construção do empreendimento, como reza a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Constituição Federal. 

Ao contrário da última ocupação e diante da falta de negociações por parte do governo federal, os manifestantes prometem resistir. O protesto anterior terminou pacificamente, porque os indígenas decidiram acatar a decisão judicial, mesmo sem acordo com o Governo Federal, que na época garantiu que haveria uma negociação. Agora o grupo reivindica uma mesa de negociação direta com o Planalto, através de Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. 

Sem conversa - O grupo reclama que, além de descumprir a convenção e a Carta Magna com a falta de consulta aos povos afetados pela hidrelétrica, nunca houve um representante federal, com quem reivindicavam a negociação na ocupação do início do mês de maio. Da última vez, o protesto teve a intervenção do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA). “Não estamos saindo por conta de nenhum acordo. Nós vamos sair daqui porque desde quando chegamos o ministro não veio conversar conosco. Ao contrário, escreveu muita mentira na internet sobre a gente”, afirmou Cândido Munduruku, presidente da Associação Pusuru. 

Na época, as lideranças ressaltaram que o grupo sai “revoltado com o governo federal”, que ao invés de enviar o ministro Gilberto Carvalho para dialogar mandou a Força Nacional e a Polícia Federal. Os indígenas foram cerceados e impedidos de fazer contato com seus advogados e com a imprensa; agentes da Força Nacional chegaram a impedir a entrada de comida. Da última vez, até mesmo a imprensa foi impedida de ficar no local para cobrir a ocupação.  

De acordo com informações da coordenação do Movimento Xingu Vivo, o grupo é formado por indígenas da região de Volta Grande, local onde ficam as aldeias às margens do rio Xingu. A área possui mais de 100 quilômetros de rio, que secariam caso a obra venha a ser concluída. Os índios criticam ainda a presença de tropas federais na região, que estariam dando suporte de segurança para estudos de impacto ambiental voltado para projetos de desenvolvimento sem que as tribos fossem consultadas. 

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Norte Energia, responsável pelo empreendimento, informou que vai apurar os fatos para se pronunciar sobre a ocupação.

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